Neste momento de pausa, relembro as pingas sofridas na subida das Ginjas...
Olho para trás e vejo cada vez mais longe o simpático motorista que muito prontamente nos levou até a nascente do Turism-ultra-marathon-que vou fartar-me de pedalar.
Horas dolorosas e sentidas "penuras", amigalharam em cada um de nós, um sentimento de amizade, alicersado por um convívio alegre.
Feitas as ostes da casa, a subida ficou para trás, e numa disciplinada cadência fomos sentido o cheiro do prego no bolo do caco. Quem estaria a colocar tanta pedra no nosso trilho? Os metros finais foram para nós os trabalhos de Ulisses...
Na esperança de encontrar carne abrimos o pão, que nos revelou umas generosas folhas de alface; nunca a alface tinha tido tão dura tarefa, repor forças nos aventureiros, para os muitos quilómetros que ainda faltavam.
O descanso "digestivo" despertou no frio sentido, uma vontade de retomar caminho pelo nevoeiro que do alto do Paúl se fazia entender!
Sentimos as primeiras indisposições musculares, mas a cabeça só pensava descer a "Autoban" e iniciar o regresso a casa. No chiar das mudanças lá fomos galgando terreno por entre vacas, que à nossa passagem prestaram vassalagem, correndo à nossa frente como que a anunciar a nossa presença na Fonte do Bispo.
O nebrinar colou-se as caras doridas pelo acumular de esforço. Cada um reagiu, perante os estímulos da natureza, de forma acertiva. O ânimo, perante tal prolixidade regressava lentamente a cada findar de curva.
O som estardalhaçante da corrente seca penetrava os ligamentos anímicos, deixando a sensação, que aos poucos o dever ia ficar cumprido.
Desplumar a bicicleta, para lhe dar o verdadeiro uso, foi nesta galezia uma pegativa alegria.
Deixo o meu singelo testemunho, esperando despertar o espírito "BRAVA" em todos os que tatuaram na mente o BTT como forma de saborear a vida.
pascal
1 comentário:
Bonita descriçao!!!so mesmo quem por la andou pode intrepertar tais palavras e sentir as mesmas...
Enviar um comentário